quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Porque?

Qual estudante de arquitetura nunca teve que responder a pergunta: “Por que você escolheu arquitetura?” Seja ela feita pelos pais, tios, avós, pelos veteranos nos primeiros dias de faculdade ou por ele próprio.
Eu já me perguntei isso e já me perguntaram, e é lógico que não existe uma única resposta, acredito que uma como esta é feita pela junção de vários pensamentos e vontades. Mas não esqueço quando minha mãe me fez essa pergunta e eu respondi que eu escolhi arquitetura porque eu tinha muita vontade em ouvir as pessoas, entender suas necessidades e a partir disso criar um espaço, um lugar para que elas possam viver e usufruir da melhor forma possível. Eu pensava em uma arquitetura que iria além de paredes de tijolos, de janelas de vidro, eu queria enxergá-la com olhos de psicóloga, de médica, de amante.
Aprendi, então, que a arquitetura vai mesmo muito além disso, ela não precisa ser demarcada com paredes, não precisa ter teto nem chão; ela precisa ser entendida, compreendida e, principalmente, sentida. Como disse Beatriz Santos de Oliveira, “é preciso recuperar a arquitetura viva que a ciência da arquitetura faz adormecer, ao tratá-la como uma soma de fatos ligados por relações casuais, ou quando faz do método a expressão do fenômeno, perdendo, nesse procedimento, a arquitetura que pretendia alcançar.”
E assim penso, ela não precisa ser rotulada, nem literalmente edificada. Ela precisa ser vista como uma totalidade feita de relações e tensões, e não de dicotomias. Ela precisa ser sempre indagada, pois nunca será uma certeza absoluta, pois ela sempre estará em movimento, seja pelo tempo, pela história, pelas ações de seus usuários.
Há muito tempo eu ajudava uma instituição chamada Casa da Misericórdia, que acolhia homens de cidades vizinhas de Uberlândia que sofriam de câncer e precisavam fazer tratamento aqui. Esta casa foi crescendo e hoje atende homens e mulheres que precisam desta ajuda, porém o espaço onde ficam estas pessoas precisa de reforço, precisa ser repensado. E percebi também que existem várias outras pessoas que precisam destes espaços, que sofrem de outras doenças e que a procura por um lugar como este existe e é alta.
E assim surge uma idéia, que talvez no meu inconsciente ela já existisse há muito tempo, pois foi
ele que a trouxe á tona. Surge a possibilidade de ouvir e entender pessoas que precisam de ajuda, e de poder colocar em prática a arquitetura que eu imaginava, mesmo que de certa forma ela seja hipotética, mesmo que talvez ela fique apenas no papel. Mas ela estará registrada, ela terá sido pensada, terá sido compreendida, porém, talvez, nunca sentida.

De volta a realidade

Meus lindos 32 dias na Espanha e 7 dias pela Europa se foram...
Overdose de arte, arquitetura e cultura... Fiz amizades com pessoas do mundo inteiro, hoje espalhados pelos 7 mares...
Com toda essa bagagem que venho comigo de lá, o fato de eu ter perdido meu notebook( como todas minhas fotos) e meu pijama, não considero assim tanto prejuízo... Eu sai ganhando...

Agora estou aqui, de volta pra Uberlândia e entrando na realidade do TFG.